domingo, 2 de agosto de 2009

Memorial reflexivo

TUDO VALEU A PENA!
Os meus queridos pais – José Ribamar de Lima e Rosa Cleide Oliveira Lima – colocaram-me na escola muito cedo aos três anos. Segundo eles, sempre fui bastante curiosa, estudiosa e interessada; geralmente as crianças nessa fase choram para não ficarem na escola, já eu chorava para ficar.
As minhas melhores lembranças são da escola em que fiz o ensino fundamental – a Fundação Bradesco: uma instituição completa, super exigente e com uma equipe competentíssima. Lá eu tinha natação, tratamento odontológico, área de lazer com parque, médico à disposição, aplicação do flúor; e outras disciplinas muito úteis como Técnicas Agrícolas que ensinava a trabalhar na horta do colégio; e Educação Artística que ensinava a bordar, a pintar e até a fazer comida, coisa que hoje não existe mais. Antes de ir para a sala de aula, os alunos tinham que cantar o Hino Nacional olhando para as bandeiras – coisa rara atualmente. Eram realizados na escola Campeonatos de esporte, Feira de Ciências, Festas e eventos com as datas comemorativas entre outros eventos.
A diretora era uma generala, todo mundo tinha medo e consequentemente a escola vivia em harmonia e perfeita ordem. Outro aspecto fundamental era a prática pedagógica adotada por todos os mestres que nos faziam pesquisar sem parar, eu mesma passava o dia todo praticamente na escola, pois um turno assistia às aulas, no outro ficava na biblioteca. Sempre tive muito respeito pelos meus queridos professores, uns são até hoje inesquecíveis, pois aprendi com eles realmente a buscar o conhecimento. Apesar do sistema educacional tradicional, consegui aprender de fato. Lembro que através das minhas muitas leituras, fiz diversos resumos, resenhas, fichas de leitura, peças teatrais, debates, pesquisas de campo.
Sempre fui muito dedicada aos estudos, responsável, assídua, porém sempre bastante tímida o que me atrapalhou muito e até hoje me impede de fazer várias coisas. Depois do ensino fundamental, fiz um teste no CEFET, passei e fui estudar o curso técnico de Contabilidade no ensino médio. Gostei porque aprendi, mas não me identifiquei com o curso; no 2º ano fiz um teste para estágio na Caixa Econômica, passei e trabalhei durante um ano, uma experiência maravilhosa, porém um contraste com a teoria do meu curso. No 3º ano, com o dinheiro do estágio, ajudei minha mãe a pagar um cursinho vestibular para mim; esse ano de 1998 foi de muitos sacrifícios – trabalhava pela manhã, fazia Contabilidade à tarde e cursinho Pré-vestibular à noite, onde eu saía de casa às 6h30min da manhã e só retornava às 23h aproximadamente. Foi nesse ritmo acelerado que prestei vestibular pela primeira vez e passei para Licenciatura plena em Letras-Português na UESPI – Universidade Estadual do Piauí – numa concorrência acirrada de 14,92 candidatos por vaga.
Na universidade outra luta, pouco dinheiro e minha querida mãezinha sempre ali, trabalhando dia e noite para comprar livros e tirar xerox. Eu estudava pela manhã e quando não tinha como comprar livros pegava emprestado na biblioteca da UESPI. Com quase dois anos de curso, consegui um estágio numa escola em um bairro distante durante um mês – uma experiência aterrorizante, quase não conseguia controlar a turma. No mesmo ano de 2001, consegui outro estágio agora numa vila bem perigosa de Teresina, Dagmar Maza. Trabalhando na modalidade EJA e com um alunado sujeito às drogas e muito carente, pude notar a gritante desigualdade social e a falta de amor na vida desses discentes; mais do que a falta material tem a falta afetiva, o que me comoveu e transformou meu medo em coragem, força e carinho para continuar nessa árdua tarefa de educar. Posso dizer que foi nessa escola e justamente com esses alunos que aprendi realmente a ser um profissional da educação, passei por muitas lutas, todavia aprendi a lidar com diferentes pessoas e situações. Eles sem perceberem me ensinaram e me prepararam para ser uma professora; digo, até muito emocionada, que lá foi a minha verdadeira universidade porque me deparei com a realidade nua e crua, triste e sofrida. Após os dois anos que fiquei ali, saí fortalecida para as inúmeras dificuldades que viriam depois. Quando terminei o curso fiz vários concursos e passei: do Estado para Bela Vista do Piauí e Teresina; do Município para Simplício Mendes; do Município para Timon - MA. Atualmente trabalho com o ensino fundamental, mas já trabalhei com EJA, pré-vestibular e também ministrei dois cursos de Laboratório de Produção Textual.
Agora vou falar um pouco sobre o GESTAR II na minha vida. Com toda certeza foi Deus quem mandou esse programa de presente para mim, porque confesso que chegou no momento em que me encontrava mais desanimada e decepcionada com minha profissão. Eu que sempre fui tão entusiasmada, estava me sentido, há alguns meses, triste por não estar atingindo meus objetivos como educadora, tentava de uma forma e de outra, porém nada mudava. Até que fui convidada para participar do GESTAR II, fiquei um pouco indecisa, falei com Deus e ele me disse: “Vai que é a saída”. Então resolvi aceitar e já no primeiro dia gostei bastante da equipe de trabalho e o que eu esperava aconteceu: novos horizontes se abriram e passei a ver uma luz no fim do túnel. Todos os dias, ia para o encontro ávida por conhecimentos e por novas práticas pedagógicas. E assim se passou uma semana super proveitosa, gostosa e com bastante troca de experiências. Confesso que fiquei assustada com tantos livros para ler, mas era disso que eu estava precisando – lê e lê muito e assim fiz, pois foi nas férias de dezembro que li todos os TP´s e continuo lendo, buscando outras alternativas educacionais para me sair bem como formadora do programa.

Propósitos pessoais

Através deste Portfólio, pretendo expor minha experiência de vida pessoal , profissional e, principalmente, relatar minha atuação como formadora de lìngua Portuguesa do GESTAR II: minhas dificuldades, meus procedimentos, meus resultados com ou sem êxito. Quero aprimorar meus conhecimentos, ter uma visão ampla e crítica dos fenômenos da vida moderna e ser uma usuária mais qualificada da língua.
Pretendo me tornar uma professora completa - dinâmica e versátil - que estimule e auxilie meus alunos a buscarem e construírem o próprio conhecimento tornando-os cidadãos conscientes, críticos e autônomos.

Propósitos de Língua Portuguesa

O GESTAR II é um programa de formação continuada semipresencial baseado nos PCN´s de 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental. Tem por objetivo melhorar o processo de ensino-aprendizagem, elevando assim a competência dos professores - onde busca a valorização profissional e pessoal dos mesmos - e de seus alunos aprimorando a capacidade de compreensão e intervenção sobre a realidade sociocultural.
Os propósitos ou objetivos de Língua Portuguesa são: possibilitar ao professor um trabalho que propicie aos alunos o desenvolvimento de habilidades de compreensão, interpretação e produção dos mais diferentes textos que vise a inserção dos alunos na sociedade como cidadãos conscientes capazes não só de analisarem as várias situações de convivência social como também de se posicionarem criticamente com relação a elas.

Identificação e apresentação

Tente outra vez
Raul Seixas

Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça aguenta se você parar
Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira
Bailando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez

Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez

Essa música de Raul Seixas me representa porque sou persevarante, determinada e também me emociona muito por me motivar a seguir em frente, a nunca desistir de meus sonhos e propósitos e, principalmente, a ter fé em Deus - que é o meu maior princípio de vida. Sempre que ouço essa canção, lembro-me dos vários obstáculos que já ultrapassei e encontro força, ânimo para continuar lutando.